(Información remitida por la empresa firmante)
«Estamos a colocar a Adamastor no expoente máximo da tecnologia automóvel.»
PORTO, Portugal, 30 de noviembre de 2023 /PRNewswire/ — Ricardo Quintas é um dos fundadores da Adamastor, ocupando atualmente a função de CEO da marca de supercarros portuguesa sediada no Porto. Uma marca que, partindo de uma folha em branco e apostando numa equipa que combina experiência com novos talentos, bem como tecnologia e ferramentas desenvolvidas internamente com soluções digitais de vanguarda, visa conceber, desenvolver e comercializar um supercarro de elevada performance com chegada prevista ao mercado já em 2025.
Haverá, seguramente, muitas mais questões a colocar e não será menos certo que o homem que fez nascer a Adamastor terá muito mais para contar sobre este sonho que agora se materializa. Todavia, em resultado de pouco mais de uma dezena de questões, Ricardo Quintas revela as linhas que cosem o presente e o futuro de um construtor de automóveis que representa, não apenas, mas acima de tudo muita paixão.
Como nasce a Adamastor e como foi a sua evolução até ao presente?
A Adamastor surge em 2015 no seguimento de um objetivo inicial de fomentar parcerias entre o mundo académico e o mundo empresarial visando o desenvolvimento de novas tecnologias com assinatura totalmente portuguesa. A investigação realizada pelas universidades seria, no âmbito deste projeto, subsidiada pelas empresas. A Adamastor é o produto final desta ideia, a de aproximar duas vertentes indissociáveis, mas, por vezes, algo distantes. O desenvolvimento de um automóvel foi o caminho escolhido para esse fim.
Como foi formada a equipa da Adamastor? De quantos elementos dispõe atualmente?
A equipa começou por ser formada pelos sócios. Por mim e pelo Nuno Faria. Mais tarde juntaram-se a nós o Frederico Ribeiro e o Ricardo Ribeiro. Numa fase posterior chamámos outros engenheiros e mecânicos do meio universitário, ou que já conhecíamos, para engrossar as fileiras da empresa. A angariação de reforços acompanhou sempre as necessidades de evolução e de aquisição de novos conhecimentos técnicos. Metade da equipa é composta por ex-alunos formados na universidade e a outra metade constituída por técnicos especializados com elevada experiência adquirida no mercado. Estabelecemos, igualmente, parcerias com o INEGI e com a FEUP para fortalecer a nossa capacidade técnica e ir, assim, mais longe. A equipa Adamastor é composta, neste momento, por catorze elementos.
Por que razão faz sentido lançar uma marca de supercarros e não uma marca mais generalista, de volume?
Uma marca de volume obrigava a um investimento muito maior em várias áreas. Teríamos de competir com a Renault, a Citroën, ou a FIAT e iria exigir a construção de fábricas enormes. E depois há a questão do preço. Eu seria obrigado a propor algo verdadeiramente barato para conseguir entrar no mercado. Assim, decidimos apostar num setor de nicho, um produto raro, único, tecnologicamente avançado, em que o preço não é questão, mas sim a exclusividade e a
performance. Com este investimento estamos a colocar a Adamastor no expoente máximo da tecnologia automóvel, a produzi-lo à mão, longe dos grandes volumes. Visitei recentemente a Ferrari e fiquei a saber que têm capacidade para produzir 61 automóveis por dia. Mas o nosso objetivo é produzir 25 automóveis por ano e que cada um deles seja feito em exclusivo por uma equipa, do início ao fim. O cliente, assim, conhece as pessoas que construíram o seu carro e pode dirigir-se a elas na eventualidade de qualquer problema. Queremos oferecer ao cliente a tecnologia mais recente. A nível aerodinâmico, por exemplo, no que diz respeito ao efeito de Venturi e efeito de solo, a Adamastor tinha já desenvolvido em 2019 tecnologia equivalente à utilizada atualmente na Fórmula 1. Para o conseguirmos, termos de nos adaptar às constantes mudanças e evoluções, por exemplo, ao nível das exigências da legislação de homologação. Queremos, também, ser um fornecedor de tecnologia para o mercado. Temos como objetivo licenciar e vender a tecnologia por nós desenvolvida ou através de parcerias.
Numa indústria em que a eletrificação tem cada vez mais um caráter de obrigatoriedade, não será esse facto um obstáculo ao sucesso da Adamastor? Há espaço para um supercarro elétrico no futuro da marca?
A eletrificação do automóvel é uma solução da atualidade. Pode não ser uma solução para o futuro. São vários os operadores que defendem que o atual crescimento da dependência de baterias está a criar um problema maior do que aquele que se pretende eliminar. Mas a Adamastor tem uma grande vantagem ao ser uma estrutura relativamente pequena, a sua grande capacidade de reação. Nós conseguimos, se necessário e de forma rápida, transitar de um sistema de propulsão para outro, até porque não os desenvolvemos. A Adamastor desenvolve, isso sim, chassis e carroçarias. O propulsor é obtido externamente. Temos por isso uma grande e versátil capacidade de adaptação às exigências do mercado. Quanto à possibilidade de termos no futuro um supercarro elétrico, é importante fazer a distinção relativamente a um automóvel comum, um veículo para nos levar de A a B. Um supercarro visa o prazer de condução. É óbvio que há automóveis elétricos impressionantes, mas falta-lhes qualquer coisa. Falta-lhes o rugido. Sem essa vertente, é só um carro muito rápido e de visual agressivo.
Numa vertente mais pessoal, como nasce a sua paixão por automóveis? O que tem guardado na sua garagem?
A minha paixão pelos automóveis começou em 1973, quando o meu Pai me ofereceu um carrinho a pedais. Lembro-me perfeitamente de ter dito aos meus amigos, na rua onde vivia: «Um dia vou por um motor neste carrinho.» Demorou 50 anos, mas estou a cumprir com aquilo que lhes disse. Depois de ter carta de condução, sempre tive carros pequenos e baratos e aquele do qual tenho mais memórias é um VW Golf que comprei usado. Foi o melhor carro que tive e que me ficou no coração. Ao longo dos anos nunca investi muito em automóveis, até porque não o podia fazer, pois a vida trouxe-me outras prioridades. Assim, fui poupando para que um dia pudesse ter o carro dos meus sonhos, os quais guardo hoje na minha coleção e que utilizo pontualmente. Neste momento tenho um Mercedes-Benz 190 SL de 1955, todo restaurado, bem como um Porsche 911 GTS de 2015. Porém, o verdadeiro sonho é ter um carro feito por mim, pela minha equipa, um carro português.
A nível de produção e do ponto de vista comercial, quais são os objetivos da Adamastor a curto/médio prazo? Quantos automóveis estimam produzir e entregar a clientes durante os próximos anos?
O plano de negócios da Adamastor prevê entregar já em 2025 dois carros de estrada e outros dois em versão de competição, embora a capacidade instalada prevista pela Adamastor seja dos já referidos 25 automóveis/ano, a qual estimamos implementar já em 2026. Isto para além do fornecimento de peças de reposição e substituição. A Adamastor vai sempre produzir séries limitadas a 60 unidades dos seus modelos.
Quais são os principais mercados internacionais para onde a Adamastor pretende expandir a sua presença?
Numa primeira fase, e por questões relacionadas com a homologação, a Adamastor pretende instalar-se no mercado europeu e dos Emirados Árabes Unidos. Posteriormente, o objetivo é, obviamente, expandir para o mercado dos Estados Unidos da América, para a América do Sul, Oceânia e Ásia.
Como é o modelo de negócio da Adamastor? Vão existir showrooms? E a nível de assistência e serviços?
(CONTINUA)